A rica Abigail Wendover, ainda solteira aos 28 anos, ocupa seu tempo com as obrigações sociais da época. Sua mais nova preocupação é a paixão da sobrinha Fanny pelo belo, mas interesseiro Stacy Calverleigh. Para protegê-la, Abby procura Sr. Calverleigh.
Acaba encontrando, porém, o tio de Stacy, Miles: a ovelha negra da família. Ele fez fortuna na Índia, mas é repudiado pela “boa sociedade” devido a um antigo escândalo.
O encontro dará início a um mútuo encantamento. Construído com leveza e sensibilidade, Ovelha negra retrata a Inglaterra do início do século XIX, abordando as limitações e as possibilidades das convenções sociais. Uma divertida e bela história.
Minha Opinião
Sou uma admiradora da obra de Georgette Heyer e não poderia perder a oportunidade de acrescentar este livro a minha coleção. Ganhei Ovelha Negra de aniversário (do meu marido), junto com outro livro e já o devorei.
A história se passa em meados de 1820, em Bath e tem como protagonistas Miles Calverleigh e Abigail Wendover. Posso dizer com sinceridade que Miles é um dos personagens masculinos mais encantadores que já conheci em um livro. Ele tem senso de humor, é inteligente, possui um cinismo refinado e não se importa com opiniões alheias. O que mais gostei nele foi a capacidade de se quer perder um minuto de pensamento se preocupando se está agradando aos demais e se forçando a mudar para que isso aconteça. Miles tem personalidade e é sincero. Abigail acredita-se mais inteligente, humorada e desprendida que os demais integrantes de sua família, mas, a medida que você vai lendo a história, percebe que ela é tão preconceituosa como os demais e que se preocupa tanto com a opinião alheia que seria capaz de sacrificar sua felicidade pelas aparências. Felizmente a influência de Miles faz com que ela sofra pequenas mudanças que a tornam uma pessoa melhor, apesar dela insistir em auto sacrifício pelo que acha que seria o melhor para sua irmã mais velha e sua sobrinha.
Stacy (sobrinho de Miles), que encarna o caça-dotes maldoso não me provocou grandes antipatias. Muito pior que ele achei a sobrinha de Abby, a jovem e estúpida Fanny, que crê estar verdadeiramente apaixonada e que Stacy realmente a ama. A moça parece crer também que o mundo gira em torno de seu umbigo e que todos que não simpatizam com Stacy estão contra ela. Mesmo assim a garota é suportavel, uma vez que, aos 17 anos e cheia de pensamentos românticos, age como uma heroína de folhetin. Como nas obras de Jane Austen, a história está repleta de personagens cuja unica função é participar de eventos sociais e falar mal da vida alheia... se não for falar mal, ao menos falar.
Nada demais aí, mas isto me conduz a personagem mais insuportavel que já tive o desprazer de conhecer: Selina, a irmã mais velha de Abby. Ela age como uma verdadeira estúpida. Permite a sobrinha que se encontre repetidas vezes com Stacy-Caça Dotes e o considera um rapaz encantador, mesmo diante do comportamento inapropriado dele. Além disso, é uma hipocondríaca do tipo que gosta de chamar todas as atenções sobre si e assim escravizar a irmã mais nova (Abbby) sem parecer a tirana que na realidade é. Quando Miles pede Abby em casamento, Selina se revela com todas suas cores de egoísmo, tentando manter a irmã ao seu lado e conduzi-la a uma vida parecida com a sua, repleta de fofocas, ataques e inutilidade.
Gostei muito do livro, porque ele consegue envolver e fazer com que simpatias e antipatias surjam. Na minha opinião é difícil ler e não mais se lembrar com carinho dos protagonistas. Ovelha Negra é um livro adoravel. Até mesmo as personagens maldosas marcam e permitem que o romance se desenvolva com mais emoção. Outra coisa que me agrada muito em Georgette Heyer: você não vai encontrar cenas de sexo em seus livros. Como nas obras de Jane Austen, o que importa é a relação social entre as pessoas e o surgimento e desenvolvimento do amor. Nada contra cenas hot, mas eu realmente não gosto de cenas hot em livros de época. Fico com a sensação de que as mocinhas que pulam nas macegas com os mocinhos em menos de cinco minutos são um bando de vadias... na verdade, qualquer uma delas me parece fácil em livros de época. Nos livro contemporâneos ou de fantasia é algo perfeitamente normal, mas nos de época me parece que minimiza o romance, que considero o mais importante.
Bem, recomendo muito Ovelha Negra para todas as leitoras que gostam de livros de época com charme e uma boa pitada de sarcasmo :-D
0 comentários:
Postar um comentário