A Águia da Nona

Li sobre um filme de nome A Águia e fiquei curiosa. Consegui o filme e comentei sobre ele com meu marido, contando que o filme havia sido baseado num livro. Ele não gosta de ler como eu, mas ficou curioso e pesquisou e em questão de poucos minutos comprou o livro pela loja virtual da Cultura. O resultado foi que o livro chegou e em o li em um dia... ou melhor, uma noite. Comecei a ler de noite e atravessei a madrugada sem conseguir parar de ler até chegar ao fim e simplesmente amei cada página. Não sou muito íntima de romances históricos (e definindo como romances históricos quero dizer históricos mesmo, nada de romance de banca) mas fiquei muito desejosa de ler os demais livros desta autora. Depois de ler A Águia da Nona, arrastei meu marido para a frente da televisão para ver o filme, doida para ter diante dos meus olhos aquilo que havia visualizado ao ler. Infelizmente o filme é uma coisinha medíocre. Provavelmente eu teria achado divertido, se não tivesse lido o livro, que é infinitamente superior. A história foi massacrada. Mudanças absurdas foram feitas e um livro perfeito transformou-se num filme bobo, mas, vamos ao livro:

A Águia da Nona - Rosemary Sutcliff

O livro narra a história do jovem soldado romano Marcus Áquila, que começa assumindo um posto de comando em um forte numa fronteira Bretã. Marcus tinha aspirações de seguir a carreira militar e, quem sabe algum dia, descobrir o que havia acontecido a seu pai e a Legião que ele comandava, a Nona, desaparecida anos atrás, em território bretão. Aproximadamente quatro mil homens haviam desaparecido sem deixar rastros e com eles se fora também seu estandarte, a Águia da Nona Legião, que representava a união da Legião e o orgulho de Roma.

Após poucas semanas da chegada de Marcus ao seu posto de comando o forte é atacada e o rapaz consegue que o número de baixas seja o menor possível, mas ao salvar um grupo de soldados subalternos, é gravemente ferido e, não mais podendo comandar a Legião, se retira para a casa do tio paterno, que até então não conhecia.

A partir daí a história segue um rumo inesperado. Ao ir ao circo assistir os gladiadores, Marcus consegue poupar a vida de um gladiador bretão e acaba por comprá-lo para ser seu escravo pessoal. É também no circo que ele vê Cótia, a jovem sobrinha dos vizinhos de seu tio, pela primeira vez. Estas duas pessoas vêm a ser muito importantes para ele, ao longo do ano que se segue. O jovem escravo bretão e Marcus assumem um relacionamento fraternal e a moça da casa vizinha se torna uma grande amiga. Não posso esquecer de citar o filhote de lobo que Marcus ganha de Esca, o jovem bretão. Sinceramente, a descrição dos relacionamentos deles é muito tocante. Participamos do primeiro momento e seguimos acompanhando o grupo no amadurecimento de suas relações.

Preocupado com a perna do sobrinho, que nunca melhorava, o tio de Marcus chama um médico, que encontra farpas de madeira ainda no ferimento. Após uma cirurgia e a recuperação, embora ainda não ande direito, Marcus pode voltar a cavalgar e finalmente fica livre das dores terríveis que o acometiam diariamente. É passado um tempo depois da cura que Marcus se vê diante da possibilidade de partir em busca do estandarte da Nona Legião e finalmente descobrir o que aconteceu a seu pai.

Mais uma vez o livro segue novo rumo. Desta vez acompanhamos a expedição de Marcus e Esca (não mais um escravo) em busca da Águia. Ao contrário do filme, que mostra um Marcus imbecil, agressivo, impiedoso, temos um personagem sensível, preocupado em poupar vidas e muito inteligente, que consegue cumprir sua missão da forma mais pacifica possível. Não vou contar toda a história porque ficaria sem graça, então, estou dando apenas uns pitacos do que li. A Águia da Nona é um livro excelente e, pelo que descobri, faz parte de uma série. Gostaria muito que publicassem os demais livros por aqui :-)

Altamente recomendado!

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