SINOPSE:
O ponto de partida deste livro de Jostein Gaarder é a história de um garoto chamado Hans-Thomas e seu pai, que cruzam a Europa, da Noruega à Grécia, à procura da mulher que os deixou oito anos antes. No meio da viagem, um livro misterioso desencadeia uma narrativa paralela, em que mitos gregos, maldições de família, náufragos e cartas de baralho que ganham vida transformam a viagem de Hans-Thomas numa autêntica iniciação à busca do conhecimento - ou à filosofia. O dia do Curinga é a história de muitas viagens fantásticas que se entrelaçam numa viagem única e ainda mais fantástica - e que só pode ser feita por um grande aventureiro: o leitor.
COMENTÁRIOS:
No livro O Dia do Curinga somos apresentados a Hans-Thomas, um menino de 12 anos que está viajando com seu pai pela Europa num Fiat vermelho, em busca da mãe, que havia abandonado a família há 8 anos, pretendendo "se encontrar". O destino dos dois era Atenas, já que a mãe aparecera em uma foto tirada lá.
Durante o percurso o pai de Hans-Thomas para em um posto e pergunta ao anão que lá trabalha qual seria o melhor caminho a seguir a fim de chegar ao seu destino . O anão sugere um caminho que passa pelo povoado de Dorf. Ele também dá a Hans-Thomas uma lupa, feita por ele com um pedaço de vidro encontrado no estômago de um cervo.
Como no fim o caminho que passava por Dorf era mais longo do que o outro, pai e filho passam a noite por lá. Enquanto o pai se distrai no bar do hotel, Hans-Thomas passeia pela cidade e descobre na vitrine de uma padaria, um aquário em que falta um pedaço do mesmo tamanho e forma do vidro de sua lupa.
O padeiro, vendo a lupa do menino,o convida a entrar, servindo-lhe uma bebida de pera e 4 pães doces, recomendando a Hans que coma o maior dos pãezinhos quando estiver sozinho. Seguindo a recomendação do padeiro, após dar um dos pães para o pai e comer os outros dois, tarde da noite ele come o ultimo e maior dos pães e dentro dele encontra um livrinho, pouco maior que uma caixa de fósforo. Com a ajuda da lupa, Hans começa sua leitura.
A partir da descoberta do livrinho a história alterna entre a viagem de Hans e suas conversas com o pai e a história do livrinho, escrito pelo padeiro e que conta a história dele (o ex-soldado Ludwig), Albert (que lhe ensinara a arte da panificação) e de Hans (mestre de Albert).
Hans fora marinheiro a certa altura de sua vida e naufragara em uma ilha, onde havia uma sociedade criada por outro náufrago chamado Frode. Após passar anos sozinho apenas com seu baralho, Frode passara a conversar com suas cartas, vendo-as e ouvindo-as como se fossem anões com semelhanças entre números e naipes, mas com personalidades diferentes. Logo estas pequenas criaturas passaram realmente a existir e, 52 anos depois Hans chega a ilha, conhecendo os anões de naipes e Frode. Sua chegada antecede o Dia do Curinga, um dia extra no calendário da ilha.
Todos os anões, exceto o Curinga, bebiam uma bebida púrpura que os impedia de evoluir mentalmente. No Dia do Curinga eles jogavam o Jogo do Curinga, que consistia em pensar em uma frase e declamá-la. O Curinga então reorganizava a posição dos anões cartas e eles tornavam a declamar suas frases. Antes desconexas as frases passavam a formar uma história, que se relaciona com Frode, Hans, Albert, Ludwig e Hans-Thomas.
A partir deste ponto a história se intensifica e eu não conseguia mais soltar o livro. Eu simplesmente PRECISAVA saber o que aconteceria tanto na ilha quanto na viagem de Hans e do pai. Não vou entrar em detalhes porque senão contarei toda a história e revelarei os segredos, o que não teria graça :-)
O Dia do Curinga é um livro muito especial para mim. Eu o comprei no escuro, atraída pela sinopse e pela capa e acabei amando a história de tal forma que ela sempre fará parte de mim. Só li uma vez, mas faz alguns meses que tenho namorado a ideia de reler. Infelizmente não vou alcançar aquele estado de elevação criado pelo suspense e curiosidade, mas a delicadeza da obra é um grande presente. O mais engraçado de tudo é que eu simplesmente odeio filosofia e O Dia do Curinga foi escrito por um filósofo, Jostein Gaarder e trata sobre filosofia, mas Jostein fez esta abordagem de tal forma que não ficou aparente. Eu recomendo e muito este livro, especialmente para quem gosta de uma leitura mágica e poética, que faz você pensar e criar teorias e desejar saber o fim sem que o livro jamais acabe :-D
“Um curinga é um pequeno bobo da corte; uma figura diferente de todas as outras. Não é nem de paus, nem de ouros, nem de copas e nem de espadas. Não é oito, nem nove, nem rei e nem valete. É um caso à parte; uma carta sem relação com as outras. Ele está no mesmo monte das outras cartas, mas aquele não é o seu lugar. Por isso pode ser separado do monte sem que ninguém sinta falta dele”. (pg. 76).
Esta é a capa do meu exemplar.
Eu gosto muito dela.
Tem um "que" de mistério e eu sou fissurada em naipes, hehehehe.
Esta capa não chega a ser feia, mas eu achei bem menos atraente.
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