Flores na Tempestade

Laura Kinsale.


SINOPSE:


Christian era um dos homens mais brilhantes e sedutores da alta sociedade inglesa. Um libertino que despertava paixões avassaladoras até que um trágico ataque o condena a um mundo de silêncio, sombras e loucura. Christian perde a capacidade de falar e a família coloca-o num sanatório, crente de que perdeu a razão. Maddy, de nascimento modesto e com uma alma simples e generosa, fica presa a este homem que lhe desperta sensações novas. Um homem que oscila entre a raiva e a frustração de estar preso ao silêncio, que a repele, mas que necessita da sua atenção e do seu carinho para o tirar daquele tormento solitário. A amizade que nasce entre os dois transforma-se num amor arrebatador. Fonte de necessidade, de desejo … e de uma paixão redentora.
Laura Kinsale, autora best-seller norte-americana, traz-nos um dos romances de amor mais belos e originais de sempre. Uma história apaixonante e inesquecível que se converteu numa das novelas românticas mais elogiadas pela crítica e pelo público em todo o mundo.



MINHA OPINIÃO:

Comecei a ler este livro por curiosidade, pelo protagonista ter sofrido um AVC e estar em um hospício, mas pensei que poderia ser muito deprimente. Ele é deprimente, só que os avanços de Christian deixam uma agradável sensação de vitória que vale a pena. Eu sei que Christian não era o mais admirável dos homens antes de seu acidente vascular cerebral, mas, sinceramente, vê-lo lutar com a fala me fez respeitá-lo e admirá-lo. Além disso, apesar de ser um conquistador e beberrão, ele era um gênio da matemática e uma pessoa de bom coração e não merecia de forma alguma o que a família lhe fez, espalhando noticias de sua morte e enterrando-o num hospício para ricos. Em relação aos tratamentos feitos nos pacientes naquele lugar terrível, senti arrepios de raiva ao pensar que aqueles pensamentos e comportamento eram os da época retratada e que pessoas com problemas tratáveis, como  depressão e vítimas de AVC, eram trancada e torturadas.


Eu teria gostado muito mais deste livro se Maddy não fosse obcecada por sua religião de forma tão irritanteEla começa o livro como uma daquelas mentes estreitas que reprova a qualquer pessoa que não siga os seus preceitos religiosos, julgando-as mais por isso do que por seu comportamento. Ao longo do livro ela se torna mais flexível e mente aberta, só que em seguida retrocede, e repete este comportamento várias vezes. Isso me deixou profundamente chateada (não, ela não é uma pessoa generosa como diz a sinopse). É simplesmente irritante alguém que não quer ver o que esta a sua frente e firma os pés negando aceitar a felicidade. Em certos momentos, então, eu poderia ter dado uns tapas na criatura, pois ela conseguia ser muito maldosa com Christian, sempre justificando seu comportamento através da sua religião. Uma vez que ela havia abraçado o compromisso de ajudá-lo, não podia de forma alguma retroceder repetidas vezes bancando a mártir.

Os dois amigos de Christian são perfeitos; eles o apoiam e ajudam de forma maravilhosa, como verdadeiros amigos devem fazer e isso diminui um pouco a angustia de ver o protagonista tão vulnerável. 
 Incrível como eles foram muito mais compreensivos com o protagonista e o apoiaram como a mocinha não teve a capacidade de ser. Uma fofura também são os dois cães de Christian.

Bom, eu não vou tecer muitos comentários sobre o livro para não revelar tudo o que acontece, então, minhas conclusões finais são as seguintes: eu gostei muito do protagonista e seus amigos fies (humanos ou não), mas a mocinha me deixou a maior parte do tempo irritada, assim como seus "amigos" de religião, preconceituosos e arrogantes (exceto o pai dela, uma pessoa encantadora) e a família de Christian, que bem poderia ser colocada num fosso e esquecida por lá.

Um livro interessante que vale a pena ser lido por ser bem diferente do comum, que vai agradar aqueles que gostam de drama e superação mas que, confesso, não faz meu tipo. Para variar foi bom, mas não gosto de leituras trágicas, especialmente quando a mocinha insiste em sofrer de valde e por conta disso faz o mocinho sofrer também :-)




AQUI!!!!






10 comentários:

Carolina Lopes disse...

Adorei sua resenha.
Quero muito ler esse livro. Tomara que alguma editora resolva lançá-lo por aqui.
Beijos, Carol.

Carla disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carla disse...

Amo esse livro. Um dos melhores que eu já li.

Quanto à Maddy é importante ver as coisas do ponto de vista dela. Ela cresceu no seio da comunidade Quaker, acreditando nos ideias da Sociedade dos Amigos. É natural a postura dela e eu respeito os seus ideais. Sejam certos ou errados foi o que ela aprendeu a defender. No fundo ela foi vítima de uma lavagem cerebral. Há N casos reais de pessoas que passam pelo mesmo, em nome da religião. O personagem não teria autenticidade se ela de repente mandasse tudo simplesmente para o alto.

O que eu acho bonito no personagem dela é que apesar das suas ideias ela não abandona o Christian. Ela o protege o livro todo mesmo quando tem dúvidas. Ela é a única pessoa que o entende e o ajuda e isso não pode ser apagado. Quanto aos vacilos ela é humana simplesmente.

No final ela vacila realmente mas para mim isso foi um pretexto para a autora criar a cena mais impactante do livro. O momento do discurso e declaração do Christian. Esse livro é inesquecível e recomendo mutíssimo!

Unknown disse...

Eu leria tranquilamente, mas pelo visto acabaria não gostando muito da protagonista.

Beijos.

Carissa
http://artearoundtheworld.blogspot.com

Unknown disse...

Eu gostei do livro, não me entendam errado :-)
O problema é que não tenho paciência com protagonistas que não sabem realmente o que querem. Entendo as dúvidas da Maddy e tudo o mais, o que acontece é que eu não gosto deste tipo de cenário; não gosto de ter que lidar com personagem e um "roteiro" que me irritam, daí meus comentários :-)

Unknown disse...

Sobre publicarem o livro, sempre resta ter esperança. São tantos livros bons, de autores que nunca foram publicadas no Brasil... uma pena :-p

Carla disse...

Entendo. Algumas pessoas podem não gostar muito dela, mas a autora simplesmente a humanizou (com defeitos e qualidades) e no final ela tem a sua redenção. Eu respeito as opiniões de quem não gostou muito dela, mas pessoalmente não entendo muito bem isso. Durante quase todo o livro ela foi contra aquilo em que acreditava e imagino o quão difícil isso deve ter sido para ela. Algumas pessoas quando pensam nela parece que esquecem tudo de bom que ela fez ao Christian. Se não fosse por ela ele nunca teria visto a luz do dia fora do manicômio, nem teria se recuperado. Todos temos preconceitos no século XXI mesmo que não seja por motivos religiosos, imaginemos então como seria naquela época. Muito mais complicado as pessoas se libertarem dos seus dogmas. Mas ela o fez!

É a minha opinião, claro. E respeito a sua. Só estou trocando ideias.

Unknown disse...

É claro que eu entendo, Carla e fico muito satisfeita por você deixar um comentário defendendo seu ponto de vista :-)
Eu faço o mesmo quando discordo da opinião de alguém. Já pensou que horrível seria se todos tivessem as mesmas opiniões? Não teríamos o prazer de expôr o que pensamos e nos pareceríamos com robôs, hehehehe.
Eu concordo com o que vc disse sobre a protagonista e o que ela passou a vida defendendo, o problema é que não consegui gostar dela. Claro que eu não gosto deste tipo de leitura, sou mais do cômico, do suspense e do gótico, mas gosto de me arriscar e não fiquei realmente decepcionada com o livro; achei ele muito bom :-)
Bj, Aris.

Nadja Almeida disse...

Também acabei de ler e a mocinha é uma coitada que por conta da religião se deixa levar facilmente, pra onde mandam. Adorei a parte em que ele dá um susto nos banqueiros e chorei na cena do manicômio o pobre ficou todo contente achando que ia sair.E odiei pelo o final dado aos cunhados e a família cretina, e me arrepiei com o final!
UM bom livro,tb não gosto de livros penosos mais esse só ficou bom pra mim depois das 50 pg.

Unknown disse...

Pois é, Nadja, em algumas partes do livro eu fiquei tão irritada que isso tirou um pouco do prazer da leitura.Achei um bom livro, mas não considero um livro excepcional :-)

 
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