Peço licença às garotas e minha esposa, mas hoje é livro de homem!! Tá, vocês vão gostar dele também ;)
Jogo videogame desde mil novecentos e lá vai pedrada, e foi graças aos jogos, e não à escola, que aprendi inglês e tomei gosto pela cultura japonesa e outra mil coisas.
Pois bem, ano passado comprei um Playstation 3 e comecei a jogar Assassin's Creed, da Ubisoft, um jogo de ação e espionagem bem interessante, mas que carecia de história. Tudo mudou quando comecei a jogar Assassin's Creed II, ambientado na Itália renascentista, que eu acho muito interessante, com um personagem chamado Ezio Auditore extremamente simpático e carismático.
Um dia, fui nas lojas Americanas aqui em Porto Alegre, que estavam em reforma e fizeram um desconto muito bom de livros, comprei um da saga Game of Thrones e, por curiosidade, um livro que era exatamente a romantização do game que eu estava jogando. Não sou de ler livros (um por ano já está de bom tamanho), mas baratinho e de jogos? Eu levo!
Minha esperança era que o livro trouxesse alguma luz sobre pontos obscuros ou mal explicados da história do jogo, e não apenas ele faz isso como também corrige um problema do primeiro: traz emoção à cena. O Ezio Auditore do jogo vê sua família ser morta, logo no início do jogo (o que irá desencadear toda a história, portanto não é um spoiler) e qual a sua reação? Basicamente nada! Os personagens não transmitem quase nenhuma emoção que não seja felicidade e alegria. Já o livro, com maestria, mostra como aquele momento destrói Ezio por dentro, e constantemente somos lembrados deste fato à cada passo de sua vingança, pois ele mesmo os traz sempre à mente.
Falando sobre a história, de forma geral é uma espécie de Conde de Monte Cristo (só que não esperem que o personagem seja justo nos duelos; se tiver que se esgueirar e matar por trás ou usando veneno, ele o fará), em que o personagem vingativo acaba por encontrar algo maior em meio à jornada de morte: uma parte meio mágica, uma aventura ao estilo dos velhos filmes de Indiana Jones, que vai crescendo e logo toma conta, deixando a vingança como pano de fundo.
Enfim, um livro bom mesmo para quem já jogou o game e um livro ótimo para quem não o fez; a leitura é rápida e divertida, flui facilmente e não existem capítulos chatos como ocorre com Game of Thrones em que você quer sempre pular as partes da Samsa e sua mãe; o que é importante para quem não gosta de ler um livro somente para preencher uma lacuna, mas para viver uma aventura. Recomendado; ainda mais se você gostou de livros como A Águia da Nona ou seriados como Roma e Spartacus.