A Hora das Bruxas I e II

The Witching Hour - Vol 1 e Vol 2

Anne Rice


SINOPSE:


Estes são os dois primeiros volumes da série das Bruxas Mayfair e que, na minha opinião, podem ser considerados apenas um livro, já que foi separado em dois volumes apenas por ser muito extenso.

A família Mayfair, cuja ancestral havia sido queimada na fogueira em um povoado irlandês, é uma família que atraí sobre si e os que a cercam, morte e desgraça e um certo conhecimento do "oculto" que deveria ter permanecido esquecido. 
A cada geração uma Mayfair (ou um, caso mais raro) era designado para receber o poder do "homem", conhecido como Lasher e que concedia as suas bruxas certos dons, proteção e com quem se envolvia "física" e emocionalmente. 
Sem ter certeza do que era exatamente este espírito chamado Lasher, ao longo do tempo integrantes da família escolhidos por ele o classificaram como protetor, anjo, demônio e outras coisas, até mesmo escravo espiritual.
No inicio do livro Lasher ainda serve a Deirdre, que está catatônica a vários anos, sob os cuidados de 3 tias, na mansão da família, em Nova Orleans. 
A filha única de Deirdre, Rowan, havia sido retirada da mãe e enviada para longe de Nova Orleans, sendo criada por uma tia e o marido. A moça havia se tornado neurocirurgiã, com o dom de ver o que está além do que nos é revelado. Além disso, ela também tinha o dom de curar células. De posse deste dom, Rowan já havia salvado varias vidas, apesar de ter sido causadora de algumas mortes. 
O outro protagonista se chama Michael e, após permanecer morto por vários minutos, é salvo por Rowan, que o traz de volta a vida. Como consequência disso Michael adquire o poder de saber o que aconteceu as pessoas que tocaram objetos antes dele.
Estes dois personagens se sentem atraídos e acabam se envolvendo. Michael então se vê envolto por uma trama que julgava impossível de existir. Como Rowan estava proibida de retornar a Nova Orleans enquanto sua mãe estivesse viva e houvesse prometido jamais voltar a mãe que a criara, decide quebrar este juramento. Michael vai na frente (por sinal ele também nascera em Nova Orleans) e é abordado por um integrante da organização Talamasca (presente nos livros de vampiro da autora), Aaron Lightner. 
É através de Aaron que Michael fica a par da história da família Mayfair, especialmente de suas bruxas. A partir daí começamos a acompanhar, por ordem, as histórias de cada uma delas: Deborah, Charlotte, Mary Beth, Stella, Antha e muitas outras ao longo dos anos e por três continentes. 
Com a morte de Deirdre, Lasher aparece para Rowan, que parte para Nova Orleans a fim de parar com o reinado de terror do demônio (ela também fica a par da história de sua família e de Lasher).
Acontece que Michael, retornado dos mortos, tem uma missão a cumprir que não consegue lembrar e Rowan, apesar de poderosa, não havia levado em consideração os poderes de sedução e inteligência de Lasher.

COMENTÁRIOS:

O livro A Hora das Bruxas não conta apenas a história de uma família; é a história de personagens marcantes manipulados ao longo dos tempos por um espírito maligno e observados a distância por uma ordem misteriosa chamada Talamasca.

O livro é dividido em quatro partes. A primeira apresenta alguns personagens chave e nos apresenta o mistério. A segunda nos leva a época e local onde tudo começou permitindo ao leitor descobrir o que aconteceu aos integrantes da família a cada geração. A terceira parte nos leva de volta ao presente onde o romance entre Michael e Rowan se aprofunda. Na quarta parte temos o climax que nos conduz ao próximo livro da série, Lasher.
O inicio pode parecer difícil de compreender devido a quantidade de personagens, mas a medida que vamos lendo, vamos  começando a conhecer e a distinguir as personagens umas das outras, dando a elas rosto e personalidade.
Tudo tem inicio em Nova Orleans, com Deirdre Mayfair, catatônica em sua cadeira. Através dos olhos de outros personagens ficamos sabendo sobre o passado da mulher, antes dela ficar naquele estado e também conhecemos através dos olhos deles o tal homem moreno. Este inicio me encheu de curiosidade e eu não me decepcionei com as respostas, que lentamente foram surgindo. Assim como as respostas surgiam, mais mistérios me enchiam de curiosidade, o que foi me conduzindo por toda a leitura do livro.
A segunda parte da história nos traz a história da família Mayfair, ou melhor, das suas bruxas, tendo origem em uma mulher que fez um ritual e acabou invocando algo poderoso. Tudo o que sabemos nesta parte foi visto pelos olhos do Talamasca, então, algumas partes ficam em branco. Esta parte da história vai da Irlanda para a França, então para a ilha de São Domingues, chegando a Nova Orleans. As partes mais completas da narração são feitas atraves de integrantes do Talamasca que tiveram contato direto com algumas das bruxas Mayfair. Nesta narração somos envolvidos por muitos casos incestuosos a fim de aprimorar uma linha da família que resultaria na mais poderosa de todas as bruxas.
É incrivel como Ane Rice conseguiu dar personalidade a cada uma das vozes que narram a história, tornando todas importantes. Muitos pontos de vista tornam a leitura lenta, mas enriqueceram a leitura.
Em algumas passagens eu antipatizei profundamente alguns personagens, como Charlotte, Julien e Cortland, em outras um personagem do qual tinha gostado fez algo que me desgostou, como Petyr Van Able. Quando acontecimentos vividos por eles foram narrados sob suas perspectivas tive uma nova visão dos fatos e gostei da caracterização multidimensional dada a eles.
Em relação aos personagens, muitos vieram e se foram, mas Aaron Lightner, Michael curry e Rowan Mayfair permaneceram, o que os torna os protagonistas desta história, juntamente com Lasher, que de figurante no inicio, ganha voz e mostra a que veio.
Na terceira e quarta parte do livro voltamos ao presente e presenciamos a evolução do relacionamento de Rowan e Michael, tudo cercado por uma sensação de que algo ruim estava para acontecer. 
Apesar de Lasher não ter voz por boa parte do livro, a presença dele está por todos os lados e tem efeitos profundos nas personagens, passadas e presentes e nós sabemos que ele pretende algo grande e que Rowan faz parte disso. O final foi um tapa na cara e eu confesso que fiquei chocada. Eu sabia que havia um livro na sequencia, Lasher, mas no fim... eu gritei de raiva... mesmo.
Depois de passar boa parte do livro repetindo com frequência o quanto amava Michael e o quanto queria destruir Lasher, assim que isso se torna possível, o que Rowan faz? Se deixa seduzir por um espírito demoníaco caindo na primeira armadilha dele, abandona o homem da sua vida a beira da morte e foge com o demônio agora feito de carne, curando-o de seus males e escondendo-o. SÉRIO?!
Ane Rice tem o dom de escrever e descrever as cenas como se você estivesse vendo um filme, notando todos os seus detalhes vividamente. Ela escreve de forma detalhada e tem a capacidade de tornar sua escrita algo real, como se você estivesse vendo o que o livro mostra ou vivendo com as personagens todas aquelas situações, mesmo como observadora. Confesso que não sou fã da série das bruxas. Li vários livros de Rice e já fui fã da saga dos vampiros (os dois primeiros livros continuam sendo meus favoritos), mas a saga Mayfair, por mais complexa e bem escrita que seja, o tema não me agradou. A dependência das personagens femininas de Lasher e a maldade inerente a quase todos os personagens, além da parte sexual doentia, me repugnaram um pouco.
Além disso, há o final. Eu fiquei muito zangada com o final. Após conhecer tanto sobre Rowan e Michael, eu esperava um final feliz, ou meio feliz, mas não, o que li foi um homem bom sendo destruído pela mulher que amava e mesmo assim continuar confiando nela, amando ela.
A Hora das Bruxas é um livro complexo e sem finais felizes. Não espere por pessoas boas... ou meio boas. Acho que com exceção de Michael e Aaaron todos os outros nasceram ou foram corrompidos com prazer.
Recomendo para quem gosta da forma de escrita de Anne Rice e de coisas bizarras.


CAPAS

Esta é a capa do meu volume 1, 
primeira edição.
Interessante que foi usada uma replica do quadro
Lição de Anatomia do Professor Van Tulp,
de Rembrandt, citado no livro por ter pintado o retrato
de Suzanna, a segunda bruxa Mayfair.
Estou usando imagens da internet porque
não tenho scan do meu livro no momento
Manipulação de detalhe da imagem do primeiro volume.

Capa de uma edição mais recente.

Não é bizarra como as capas de primeira edição
no Brasil, mas também não tem o charme da outra, com a serpente.

Não me agradou muito.
Parece mais capa de VHS dos anos 80.

Hedionda!!!!!

Seria bonita, se não houvesse a silhueta tosca ao fundo ;-p

Eu diria que está mais para Ficção Científica 
do que para Terror e Sobrenatural.

Não entendi o porquê dos anjos.

Comic interessante, ou melhor, alguma arte.
Você pode encontrar em Duncan Eagleson, no DeviantArt

Quadrinhos oficiais de A Hora das Bruxas.
Infelizmente não foram publicados no Brasil

Na época em que escreveu A Hora das Bruxas
 Anne Rice morava nesta casa e a usou como cenário em sua série de bruxas,
descrevendo-a em detalhes.

OBS: Como não estou em casa, não disponho dos meus e-books, então desta vez posto apenas a review, sem o livro ;-)

Feliz Festas

Atrasada, mas nem por isso com menos carinho.
De quem escreve neste blog (e suas assistentes peludas), um Feliz Natal e um ótimo 2014.

Joyland

Stephen King

SINOPSE:


No verão de 1973 o universitário Devin Jones arruma um emprego temporário num parque de diversões chamado “Joyland”, buscando acumular dinheiro e curar seu recente coração partido. Devin acaba descobrindo que no passado o parque foi palco da morte de uma jovem pelas mãos de um temido serial-killer que nunca foi capturado. Com a ajuda de seus amigos, e de um garotinho de saúde frágil, porém muito especial, de dez anos, Devin descobrirá que o crime não está completamente adormecido.

COMENTÁRIOS:

A história de Joyland se passa durante o verão e o outono de 1973, em um parque de diversões, na costa da Carolina do Norte, onde Devin Jones, aos 21 anos, consegue um emprego. O rapaz, pretendendo curar o coração partido pela ex-namorada, muda de ambiente, faz novas amizades e se apaixona pela vida em Joyland.
"Jonesy" é uma personagem que captura a simpatia do leitor, seja na idade que possui ao contar sua história, seja como o garoto doce e meigo do passado. Ele é o tipo de pessoa tranquila, que quer o bem dos outros, que se importa com os amigos, que gosta do que faz, que ama o pai e gosta de animais.
Em meio aos dias ensolarados de verão Jonesy e seus novos amigos, Tom e Erin (todos os três estudantes universitários, trabalhando durante as férias para juntar um dinheirinho) ficam atraídos e intrigados com um crime que havia ocorrido alguns anos atrás em Joyland: uma jovem havia entrado na Casa do terror com o namorado e no dia seguinte havia sido encontrada na Casa do Terror com a garganta cortada. Pelo que Erin consegue descobrir com sua pesquisa, outros crimes semelhantes haviam acontecido em outras cidades na mesma época e alguns até mais antigos, o que os leva a crer que o crime havia sido cometido por um serial killer. Junte a isso a "lenda" de que o fantasma da moça assombrava a Casa do Terror (mas só os funcionários podiam vê-la) e fica mais fácil entender a obsessão que toma conta de Jonesy em relação ao assunto.
Além deste mistério, quando o verão está chegando ao fim o rapaz fica intrigado pela mãe e o filho que costuma encontrar em seu caminho, da pousada onde vive até o trabalho. O menino, chamado Mike Ross, tem 11 anos, está sempre em uma cadeira de rodas e parece muito doente. A mãe do menino, Annie, no inicio tenta manter Jonesy longe sendo descortês, mas com o tempo acaba aceitando a companhia do rapaz e aprovando a amizade dele com Mike (que está morrendo de Distrofia muscular e que é dono de uma segunda visão bem interessante).
Tom e Erin vão embora para a faculdade após o termino do verão, assim como todos os outros jovens empregados da temporada, mas Jonesy decide atrasar seu retorno a faculdade e permanece trabalhando em Joyland durante o outono. É neste período que ele consegue uma visita para Mike e a mãe, que é descrito de uma bela forma (detalhe: o menino vê o fantasma e quer ajudá-lo a se libertar).
A solução do mistério da morte em Joyland promove o climax da história, mas o livro realmente é a história de um garoto que se torna homem na década de 70. O livro é narrado em primeira pessoa por Jonesy algumas décadas depois, então, em meio a narração temos momentos de reflexão e sabedoria, que geralmente vem com a idade.
O mais interessante é que Stephen King é um mestre ao escrever como se ainda fosse um adolescente e sua escrita poética sobre a passagem da infância para a vida adulta sempre é tocante. Eu classificaria Joyland mais como um drama do que mistério ou qualquer coisa assim e recomendo para aqueles que gostam de livros profundos e belos, porém tristes.

OBS: Joyland vai ser adaptado para o cinema, então, é só aguardar e torcer para a adaptação ser fiel ao livro :-)

Lindíssima a capa estilo Pulp.
A moça provavelmente é a ruiva Erin, amiga do protagonista.
As moças contratadas para tirar fotografias das pessoas em Joyland usavam roupas verdes e provocantes e achei que a representação está perfeita.

Mitos e Lendas Egípcias

Philip Ardagh

SINOPSE:

Reconta uma variedade de antigos mitos egípcios e lendas sobre os mundos mágicos, deuses e deusas, seres humanos, criaturas fantásticas, batalhas pelo poder, conspirações mortais, explicando suas origens e duradoura popularidade.

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Mitos e Lendas Gregas

Philip Ardagh

SINOPSE:

Conta as história de Midas e o seu toque dourado, Medusa, o monstro que em vez de cabelos tinha serpentes, O homem que se amava a si mesmo, O minotauro no labirinto, A oferta de Prometeu aos humanos, Ícaro, o rapaz que quis ir demasiado longe, Pégaso, o cavalo alado, Os doze trabalhos de Héracles, Ulisses e o gigante de um só olho, Orfeu e o mundo subterrâneo, O cavalo de madeira de Tróia, Jasão e os argonautas, Édipo, condenado por profecia.

AQUI!!!!

The Day of the Doctor

Sábado foi O Dia do Doutor :-D

Para Whovians como eu e meu marido, foi um dia mais do que especial..
A BBC permitiu que ao redor do mundo Whovian pudessem ir ao cinema assistir o especial de 50 anos de Doctor Who e nós fomos, com direito a Bow Tie ( Bow Ties are Cool) e a Fez (Fezzes are cool).
Não vou entrar em detalhes descrevendo o quão maravilhoso e fantástico foi (apesar do Cinemark ter cometido erros imperdoáveis), só vou postar algumas das fotos do nosso dia especial e repetir (sempre) que Doctor Who é amor, tristeza, alegria, medo, esperança e Timey Wimey Wibbly Wobbly :-D
Fez e Bow Tie para os dois.
Eu que fiz.
Ficou fofo.
E lindo!

Euzinha!

Iuriko!

Fazendo caretas :-)

Eu e a TARDIS ;-)
Doctor and Doctor :-D

Person of Interest

A série certa, na hora certa.


Isto vale tanto para a história apresentada, como para seus dois protagonistas, Jim Cazievel (que vinha sendo rejeitado em todos os papéis após fazer Jesus, no filme A Paixão de Cristo, de Mel Gibson) e Michael Emerson (o odiado Benjamin Linus, que foi um dos poucos a conseguir fazer sucesso após Lost). Já a história, tem tudo a ver com os dias atuais com agentes da CIA anunciando ao mundo que os EUA espionam basicamente todo mundo no mundo, o tempo todo; e esta é a premissa da série: você está sendo vigiado.
O vigilante, neste caso, não são equipes da agência nacional de segurança americana (NSA), mas uma máquina secreta, construída por Harold Finch, o personagem de Michael Emerson que é um gênio da informática e aparentemente um bilionário que oculta sua identidade, após o 11 de setembro, com o objetivo de, interpretando os dados obtidos diariamente,  detectar ameaças terroristas. Finch no entanto não trabalha mais para o governo, e começa a usar uma porta dos fundos no sistema, para tentar impedir não apenas grandes criminosos, mas proteger o cidadão comum, que a máquina detecta, está envolvido em alguma atividade que o levará a ser vítima ou autor de um crime de assassinato. Para isto, a máquina envia para Harold um número do seguro social (traduzido como CPF por aqui) da pessoa, mas sem nenhuma descrição se ele é vítima ou criminoso e qual a razão, e está aí o que preenche os episódios, investigar a pessoa e descobrir o que está acontecendo.
Mas Harold não é um combatente, inclusive tem problemas na cervical e não consegue sequer virar a cabeça ou andar sem mancar, por isso precisa de ajuda. Aliás, a série usa flashbacks, estilo Lost, para explicar o passado dos personagens, já que ambos evitam falar um para o outro sobre suas vidas, o que faz sentido em uma série sobre espionagem, paranoia e privacidade. E ele encontra a ajuda de alguém que não existe mais, um ex-agente da CIA dado como morto, John Reese, que por alguma razão está no fundo do poço e vive como mendigo pelas ruas. Finch o resgata e propõe uma sociedade, explicando a ele as regras do jogo, ou da máquina, e este aceita, tornando-se uma espécie de soldado ou cão de guarda, logo chamando a atenção da polícia que não o consegue identificar, chamando-o pela alcunha de "the man with the suit", ou em português, "o homem de terno". Semelhança com um certo agente britânico que responde pelo codinome 007? Sim, você verá muitos momentos de ação, homens em ternos bem alinhados, uma dose de humor (por sinal o jeito que o Jim Cazievel faz piadas lembra muito o eterno James Bond, Sean Connery) algumas mulheres sensuais, mas a história está mais para os filmes atuais de 007, menos canalhice e mais enredo.
Por falar em mulheres, esta é uma série para as que estão cansadas daquele modelo "dama-em-apuros" ou Penelope Charmosa e seu "socorrinho!". As mulheres neste seriado são fortes, decididas e tem personalidade. Tipo uma pessoa de verdade e não uma adolescente crepuscular, sabe? É bom ver personagens femininas que não sejam puro drama "tem três caras que querem me comer mas eu quero o mais sofrido porque eu sou sofrida e blá blá blá" (já citei Crepúsculo?) ou que o modo de mostrar personalidade seja ser uma devoradora de homens que no fim é uma insegura que só quer casar: Sex and the City). O tipo de decisão que me refiro aqui não é este tomar decisões egoístas ou quero sofrer ou quero ser amada, é realmente, na hora do aperto dizer "eu vou fazer as coisas deste jeito que é o melhor para todo mundo".  E esta série traz isto aos montes, os personagens podem errar, mas eles tem uma convicção e a seguem e não tem medo de tomar decisões mesmo que isto lhes custe a vida.
As heroínas

Com personalidades fortes assim, você acaba aos poucos deixando de lado o enredo de espionagem e concentra-se nas pessoas e inter relações, o que é um deleite quando se tem na tela atores do calibre que Person conseguiu reunir. É uma série que talvez comece devagar e um tanto repetitiva, mas que soube evoluir com um timing ótimo e tem ótimos finais de temporada, ao melhor estilo arrancar os cabelos.
Para completar temos o Bear.

Nota: 9.8 (só não leva 10 porque uma das personagens femininas a atriz foi substituída e a atual é muito inferior).

Branca de Neve tem que Morrer

Snow White Must Die

Nele Neuhaus

SINOPSE:

Numa noite chuvosa de novembro, Rita Cramer é empurrada de uma passarela e cai em cima de um carro em movimento. Pia e Bodenstein, da delegacia de homicídios, têm um suspeito: Manfred Wagner. Onze anos antes, a filha de Manfred desaparecera, sem deixar pistas, e um processo baseado em provas circunstanciais condenou Tobias, filho de Rita Cramer, a dez anos de prisão. Logo após cumprir a pena, Tobias retorna à sua cidade natal e, repentinamente, outra garota desaparece. Os acontecimentos do passado parecem repetir-se de maneira funesta. Pia e Bodenstein se deparam com um muro de silêncio. As investigações transformam-se numa corrida contra o tempo, iniciando uma verdadeira caça às bruxas. 


COMENTÁRIOS:



Em Branca de Neve tem de Morrer conhecemos Tobias Sartorius, que aos 20 anos foi condenado a dez anos de prisão por duplo homicídio e, após ter cumprido sua pena, volta a casa de seus pais na esperança de recomeçar a vida. Ao chegar em casa Tobias descobre que nestes dez anos o restaurante do pai havia falido, que sua mãe havia ido embora e que os pais tinham uma dívida enorme com o homem mais rico da cidade e pai de seu antigo amigo de infância, Lars. Para complicar mais ainda as coisas, logo no inicio do livro um corpo é encontrado, depois a mãe de Tobias sofre um atentado e outra moça desaparece.
O livro poderia ter resultado em uma leitura fantástica, o que não aconteceu. Me encontrei perdida em meio a tantas informações, tantos personagens, tantas fontes narrativas, tanta confusão. Tenho a sensação de que a autora desejava escrever sobre um homem inocente tentando recomeçar a vida e provar sua inocência, mas é tanta coisa atirada ao longo da história que esta ideia acabou por se perder.
Um corpo é encontrado, depois Tobias é solto e volta a cidade onde morava, sua mãe sofre um atentado, dois personagens são atacados, homens mais velhos tem casos com moças de 17 anos, estupro, corrupção, mentiras... tudo acontecendo em uma minuscula cidade do interior e tudo sendo investigado por uma dupla de investigadores péssimos, que estão mais preocupados com suas vidas do que em desvendar os crimes (daí precisamos acompanhar os dramas de ambos; ela  querendo aumentar a casa, ele descobrindo que a mulher o está traindo).
O que acabou por acontecer é que a trama central ficou obscurecida por tantos outros crimes e variados criminosos e, para piorar, apesar de ser o primeiro livro traduzido desta autora para o português este é o quarto livro de uma série, então, obviamente já deveríamos conhecer a dupla de investigadores, o que não acontece.
Para falar a verdade parece que somos conduzidos em uma direção em logo em seguida lançados a outra, puxados de volta, empurrados para longe... pistas falsas, tramas obvias e personagens sem profundidade, além de certos detalhes que me incomodaram bastante:

 1) O título, apesar de belo, não diz nada em relação ao livro. Sim, há uma personagem representando Branca de Neve, mas ela já está morta há quase 11 anos quando a história começa. Me pergunto então por que Branca de Neve tem que Morrer, se ela já foi morta.

2) Tobias teve um apagão quando os crimes aconteceram quase 11 anos atrás, mas ter um segundo apagão quando outra moça some na época atual foi muito forçado.

3) A parte final do livro parece não avançar. Simplesmente nada acontece de relevante, acabando com a tensão e entediando até a alma.

4) Todas as vezes que se chegava a uma conclusão natural na investigação a trama retrocedia e algo mais aparecia, dando novas possibilidades.

Eu não gostei da leitura, o que é uma pena. Foi a primeira vez que li algo escrito por uma autora alemã e esperava gostar. Me esforcei para ler até o fim com boa vontade e até senti curiosidade, mas a uma certa altura já não me importava mais com a resolução do mistério.


Pelo que sei os livros de Nele Neuhaus vão ser adaptados para a TV e o primeiro a ser feito foi este, com Oliver Von Bodensteis e Pia Kirchhoh interpretados pelos atores Tim Bergmann e Felicitas Woll. Tobias é interpretado por Vladimir  Burlakov. Confesso que não coloquei um rosto nos detetives, mas não imaginei Tobias com o rosto que foi escolhido (no livro ele é descrito como um belíssimo homem de 30 anos, de cabelos negros e olhos azuis).



Mistérios S.A.

Scooby Doo pode ser dividido em capítulos. O primeiro é composto pela primeira e segunda temporada, de 1969/1970 e chamadas "Scooby Doo Where are You?". Estas temporadas são as mais reconhecidas até hoje, e utiliza uma fórmula bem rígida, em que aparece um monstro, o grupo investiga até desmascarar alguém querendo ganhar ou roubar algo. O desenho faz uso de tons bastante sombrios, e isto também se reflete nas história, que, apesar de intercaladas com cenas de humor, mantém uma tensão e um tom estilo filmes de horror dos anos 50 assim como o desenho Jonny Quest.

Visual escuro e tons próximos dão visual de filme de terror

O problema é que, depois disso vieram séries menos inspiradas no lado terror e focou-se na comédia pastelão, com convidados especiais como o Gordo e o Magro, Batman e outros que não acrescentavam nada à história, que começou a ficar cada vez mais sem pé nem cabeça.

O que diabos esses dois fazem aqui?
A coisa só piorou com o passar dos anos, quando os produtores acreditavam que o desenho se resumia a situações sem pé nem cabeça e cores berrantes, como aconteceu com os filmes do Batman; É um problema corriqueiro com as pessoas dos anos 2000 querendo adaptar coisas dos anos 60, só se enxerga a parte ridícula.

Faltou bom senso para adaptar o visual anos 60 para os tempos modernos
Felizmente, existe vida além da primeira década do segundo milênio, como provam os novos filmes do Batman com o Christian Bale. E finalmente alguém com inteligência conseguiu fazer uma nova série do Scooby Doo, esta é a Mistério S.A. ou Mysteries Inc. no original.

Primeira regra de um longo desenho animado com uma longa linha de história: não se leve a sério! E aqui temos um dos melhores trunfos desse desenho, as piadas recorrentes aos antigos desenhos do Scooby, com frequentes referências aos casos da primeira temporada, o hilário "nós juramos NUNCA mais falar sobre ele" quando aparece uma imagem do Scooby Loo, ou até mesmo "lembra quando nós saímos só nós três Salsicha?" pergunta Dafne se referindo a um desenho em que eram apenas ela, Scooby e Salsicha na máquina do mistério, ao que ele responde "Isso nunca aconteceu!".

Segunda regra que Mistérios S.A. adota: ter uma história, não coloque todo o peso em cada episódio independentemente. E aqui temos a maior diferença para TODAS as outras versões, uma história contínua além do "caso da semana", um mistério que se encerra com um final de primeira temporada de arrancar os cabelos, digno de Arquivo-X. Isso mesmo, tem mistério da semana e mistério da temporada, e isso adiciona muito a cada episódio, pois a revelação desse grande mistério é feita com calma mas continuamente.

Outra grande diferença é o relacionamento, ou vários deles, entre os personagens. Uma turma de adolescentes viajando por aí num furgão sem destino? Esqueça! Temos pais, mães, irmãos e destaque para as três irmãs ruivas, lindas e talentosas da Dafne. Isso traz uma gama maior de situações que podem ser exploradas, como ter que sair de fininho na madrugada para ir investigar um caso ou, literalmente, esbarrando em um conhecido durante uma investigação. A família da Velma, por exemplo, é responsável por um museu turístico dos Horrores da cidade, onde vemos estátuas de cera dos casos antigos da turma, e o pai do Freddy é o prefeito, que deseja ardorosamente que eles NÃO apanhem os monstros, pois afinal, são eles que atraem os turistas para a cidade.

O que parece uma afronta ao velho esquema do desenho, na verdade torna possível a sua serialização, fazendo a série ir aumentando o ritmo e o mistério que cerca a história a cada episódio. A primeira temporada é espetacular e faz você arrancar os cabelos tentando descobrir alguns mistérios, ja a segunda temporada, infelizmente mostrou uma queda de qualidade, mas ainda assim vale a pena para acompanhar o enigma de Crystal Cove!

Uma coisa muito legal nesta nova versão é que temos participações especiais em vários episódios, sendo como figurante, sendo como atuante:

Bambam e Pedrita

Gwen Stacy

Jonny Quest

Gizmo

Vincent Price

Zé Colméia

Chispinha, Tutubarão, Capitão Caverna, Fantasminha Legal e muitos outros.

Não encontrei imagens, mas até mesmo Brenda e Dylan, da série Barrados no Baile, aparecem em Mistérios S.A. Tudo isso só torna o desenho mais legal ainda.

Nota: 9.

 
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