Algumas artes originais para vocês.
É interessante vê-las antes de se tornarem capas
e irem a venda :-)
Eu acho esta arte linda, com as pinceladas formando manchas, que formam a imagem e com a moça em tons suaves, se destacando do fundo quente.
O fundo rosa confunde um pouco meus olhos e tira o impacto da imagem, mas o casal se mostra muito belo em primeiro plano.
Ruiva e de amarelo...só poderia ser melhor se ela estivesse de verde. O casal se destaca lindamente do fundo, que é belo e agradável aos olhos.
Nunca pensei que uma loira poderia ficar tão bonita assim usando amarelo. O fundo esta totalmente integrado e me deixa curiosa em relação a história.
Mais uma pintura com o fundo se destacando :-)
Não poderia faltar uma jovem fugindo de uma casa. Detalhe muito legal para o único ponto quente do fundo: a janela vermelha.
Aquarela. Preciso dizer algo mais?!
Gosto de imagens que contam uma história.
Lindíssimo casal. O vestido da moça é um encanto.
Bom, vestido lindo, arte linda, modelo linda, tudo perfeito.
Os tons frios me agradaram.
Esta artista é fabulosa. Muitas das capas de minhas autoras góticas ou de mistério favoritas foram feitas por ela. No momento não recordo o nome; mais adiante posto um tópico direcionado a ela.
CENA DE BURNET
(Título provisório)
-Hoje vamos ensaiar como andar.
Dean sorriu de orelha a orelha. Sentou-se no sofá, bem
recostado, mais para esparramado, as pernas esticadas a sua frente e
descansou as mãos sobre a barriga. Valéria, em pé, ficou olhando
para ele ainda confusa. Dean havia acabado de chegar. Ela estava
assistindo televisão quando a campainha tinha soado. Ela abrira a
porta, dera de cara com ele, ele dissera isso e se atirara em seu
sofá.
-O que você quer que eu faça, exatamente?
-Ande.
-Andar?
-Sim. Quero ver seu rebolado.
-Você quer que eu rebole...
-Claro!
-Estamos mesmo treinando para conquistar o seu irmão
ou esta é uma espécie de espetáculo privado?
-Como?
Ele indagou, franzindo a testa e parando de sorrir.
-Você ainda está me treinando para conquistar seu
irmão ou quer apenas me ver rebolar?
O sorriso voltou ao rosto dele.
-Nãaa! Eu não gosto de garotas góticas.
Valéria parou no meio de sua virada para se posicionar
e começar a andar quando ele falou isso. Voltou-se novamente para
ele, os olhos meios apertados, os lábios retos de indignação.
-Você não gosta de garotas góticas?
-Não. Prefiro as mais...
-Vagabundas?
-Eu não colocaria desta forma, mas...
-Não sou gótica.
-Não? Então foi engano meu. Pode começar.
Ela suspirou profundamente.
-O que tem de errado comigo?
Dean revirou os olhos.
-Você é mesmo perfeita para Sam. Ele reage da mesma
forma a certos comentários.
-Certos comentários?
-Quando eu digo que ele é muito... sabe... sensível.
Daí ele fica no meu pé querendo saber o que eu quis dizer com isso,
o que eu acho que tem de errado com ele, bla,bla,bla...
-Começo a sentir uma grande afinidade por Sam.
-Perfeito. Agora, rebole.
Engolindo uma onda de xingamentos, Valéria começou a
andar normalmente e Dean estalou a língua, interrompendo-a.
-O QUE?
-Isso não é rebolar. Você só está caminhando.
Precisa de mais balanço para chamar a atenção.
Valéria, debochada, exagerou no requebrado, dando uma
piruetinha e parando com a mão no quadril. Dean bateu palmas.
-Há esperança!
-Para qual de nós?
Murmurou, caustica.
-O que?
-Nada. Eu estava apenas questionando minha sanidade.
-Algum problema com ela?
Questionou, zombeteiro. Valéria olhou para ele bem
séria, antes de responder.
-A batida na cabeça deve ter me afetado mais do que eu
pensava.
-Você não devia ter ficado no hospital, em
observação?
-Eu não estava falando nesta batida. Estava pensando
em outra... quando caí de cabeça, um ano atrás. Pensei que tinha
ficado sem seqüelas, mas agora começo a duvidar.
-E aí, como foi a queda de vocês hoje cedo? Sam está
envergonhado até agora. Acha que você pensa que ele é um idiota.
-Longe disso... em relação a ele, claro.
-Ótimo! Bom, como foi?
-Uma queda. Doeu.
-Não deu para perceber se ele se... “entusiasmou”
com o acidente?
-O que?
-Vocês caíram numa posição bem comprometedora, pelo
que ele me contou.
-Não estou ouvindo o que você está dizendo.
-Eu perguntei se foi divertido, fora os machucados. Deu
pra perceber...
-Eu ESCUTEI o que você disse. Eu falei que não estou
ouvindo porque não acredito que você está me perguntando isso.
-Ora, qual o problema? Qualquer homem ia ficar
entusiasmado por estar em cima de uma mulher daquele jeito...
-Seu irmão quebrou o braço!
-E daí?
-Você é humano?
Dean achou graça e riu dela, enquanto que ela estava
realmente vermelha. Não queria, mas a imagem dela e de Sam
estendidos no chão veio a sua mente e sem querer ela lembrou, além
da dor, como fora ficar em baixo daquele homem grande, forte e
bonito.
-Minha nossa, isso é contagioso!
Exclamou, horrorizada, arregalando os olhos, depois
tapando os ouvidos e correndo para a cozinha. Dean ergueu as
sobrancelhas sem entender nada.
Valéria abriu a geladeira e pegou uma lata de
coca-cola, abrindo-a e tomando os primeiros goles sem nem respirar
direito.
-Você não gosta de garotas gótica, embora eu não
seja uma. Isso significa que se caísse em cima de mim não ia
acontecer nada, além dos machucados.
Ela falou, depois de quase esvaziar a lata. Respirou
profundamente, expulsando para longe a influência nefasta de Dean.
-E daí? Se você caísse debaixo de mim do jeito que
Sam me contou eu ia ficar bem feliz. Ia mesmo.
Valéria pegou uma lata de cerveja e foi até ele,
oferecendo-a. Ele pegou a lata e agradeceu, abrindo-a e começou a
beber. Ela tinha certeza de que enquanto estivesse distraído com a
cerveja ela poderia mudar o assunto. Qualquer assunto devia ser
melhor do que aquele.
-Talvez se eu colocar salto alto consiga rebolar mais.
Falou, chegando a conclusão que Dean era um perigo
para a humanidade feminina.
-Boa idéia.
-Já volto.
Ela foi para o quarto e entrou no closet. Abriu a
sapateira e espiou o que tinha. Escolheu um sapato de salto preto de
camurça, depois olhou para a calça de abrigo preta e tirou-a,
pegando uma saia xadrez, vermelha com preto, de pregas e curta e uma
meia preta opaca fio 20. vestiu tudo e se examinou no espelho de
corpo inteiro. Foi até a gaveteira e puxou uma das gavetas, pegando
uma blusa preta, com decote em V. Colocou-a no lugar da camiseta
preta que estivera usando. Soltou o cabelo e passou um batom
vermelho.
-Assim está melhor. Não posso entrar no espírito do
rebolado sem me sentir capaz de rebolar.
Falou para seu reflexo, que balançou a cabeça
afirmativamente para ela, aprovando. Voltou para a sala. Dean estava
brincando com a guitarra, mas voltou-se ao escutar o barulho dos
saltos dela.
-Estou pronta para continuar o treinamento.
Ela falou. Dean arregalou os olhos, desceu pelas pernas
dela, subiu até o decote e largou a guitarra, pegando sua lata de
cerveja, levando-a aos lábios e tomando um gole... e se engasgando
com ele. Valéria sorriu maldosa. Imaginara que com ele, um decote e
uma saia iam resolver o problema. Precisava reconfortar o seu ego,
que estava em agonia, até aquele momento.
-Bom...
Ele falou rouco e pigarreou, repetindo a palavra.
Valéria começou a andar lembrando de algumas cenas de filmes que já
assistira e rebolou, deslizou, deu piruetas, se apoiou nos móveis
mostrando o decote, passou raspando por ele... usou de toda a sua
maldade até que percebeu que ele estava tirando a jaqueta de couro e
passando a mão no cabelo.
-Bem, melhorei um pouco?
-Ah, sim.
Ele vincou a testa balançando a cabeça
afirmativamente, com ênfase. Ela sorriu.
-Qual a próxima lição?
-Hã...
Dean ficou com a mente em branco. Não conseguia pensar
no que dizer, só conseguia olhar para o decote V dela, bem a sua
frente, mais para baixo, dando uma boa visão de um pouco de renda
preta...
-Hã...
-Bloqueio mental, é? Deve ser vontade de comer.
No mesmo instante ele deixou a lata escorregar da mão
e ela bateu contra seu peito antes de ir para o chão. Como tinha
pouca cerveja lá dentro ela molhou a camisa xadrez dele e respingou
um pouco no chão. Ele falou um palavrão e Valéria se abaixou,
pegando a lata e colocando-a sobre o balcão.
-Melhor tirar a camisa, senão a jaqueta vai ficar
cheirando a cerveja quando você a vestir.
Disse, estendendo a mão para desabotoar a camisa dele.
Dean ficou paralisado. Valéria, grata pela convivência com Amy, sua
mestra na maldade, soltou cada botão de sua casa bem devagar,
sabendo que ele olhava, inicialmente para o seu decote e que logo em
seguida erguia a cabeça para a frente, olhando por cima da sua
cabeça. Quando terminou de desabotoar a camisa ela enganchou os
polegares nas laterais da roupa e puxou para trás. Desta vez Dean
deu um pulo e se afastou, a camisa caindo pelas mãos. Ficou
pendurada apenas por uma das mangas. Ele pegou a jaqueta o mais
rápido possível e saiu correndo do apartamento de camiseta branca,
batendo a porta às suas costas.
-Chega de aula por hoje.
Ele gritou, já no corredor. Valéria ficou onde estava
pensando se, ele sair do seu apartamento sem aviso, iria se tornar
uma constante. Depois pensou que Amy acharia muito divertido o que
acontecera, quando lhe contasse. Depois começou a rir até lágrimas
começarem a sair dos seus olhos.
Dean, vestindo a jaqueta de couro por cima da camiseta
branca, tentava ao mesmo tempo arrancar a camisa xadrez do outro
braço. Derrubou as chaves quando tentou abrir a porta do carro e
precisou juntá-las. Daí derrubou a camisa e precisou pegá-la. Com
uma onda de palavrões pipocando na boca ele finalmente conseguiu
abrir a porta do Impala, atirar a camisa para dentro, entrar, ligar o
carro e arrancar cantando os pneus.
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