Divertida, um pouco insana e adoravelmente romântica
Em um primeiro momento, a surpresa. Um desconhecido prende Mônica em sua casa, esperando com isso encontrar o noivo dela, seu ex-funcionário e responsável por um desfalque em sua empresa. E aqui começamos a viver a insanidade de Mônica, que alterna momentos de fúria com seu algoz, doçura com os familiares de Raphael, uma vaidade surpreendente que não dá pistas de que algo está se modificando e até momentos de sensatez absurda, como quando ela avisa a senhora Álamo que irá tomar providências legais se não for libertada. A mocinha e um gato às vezes se confundem e passamos a ver Monica como um felino, dono e si e independente, mas ao mesmo tempo dependente do seu pires de leite morno... Ao mesmo tempo em que quer fugir, ela aproveita a casa como se fosse sua dona. Usa a piscina, anda por todos os corredores, o que faz com que certa sensação de ansiedade nos invada.
E só nas últimas páginas é que ela ri sozinha dos próprios sentimentos recém descobertos. Me lembrou em algo Mensagem para Você, quando Meg Ryan avisa Greg Kinnear que também não o ama. E no final ela fica com o odioso concorrente Tom Hanks que a levara a falência. Só que Meg não estava na Espanha, sob um sol escaldante e vivendo dias dourados pelo calor. E isso faz toda a diferença. Há uma certa sedução no ar, o que não impede que nosso herói Raphael seja reduzido a um adolescente inseguro nos últimos parágrafos. Afinal, a mocinha tinha que ter seu final triunfante.
Assim é A Brisa que seu Olhar Sopra. (Ranice Pedrazzi)
Páginas iniciais da história (Prólogo).
PRÓLOGO
Havia
seguido um impulso dos mais inocentes, sem se quer imaginar que
acabaria em uma situação absurda. Naquele momento, após uma viagem
de várias horas, encontrava-se parada, em pé, no meio do escritório
do homem mais irritante que jamais desejara conhecer. Já tentara
dialogar civilizadamente com ele, mas a função se mostrara
impraticável. Em pensar que no dia anterior havia antecipado as
alegrias de reencontrar o noivo e de conhecer Torremolinos. Passara o
dia todo envolta em expectativa, arrumando suas malas e sonhando. Só
a perspectiva de ir para um país quente já a deixava alegre.
Desembarcara com o mesmo espírito de aventura, seguindo diretamente
para o hotel, antes de procurar por Logan.
Tinha o
endereço do patrão de seu noivo, que o hospedava por um tempo,
enquanto Logan procurava por uma casa. A vontade de reencontrar Logan
fizera com que se apressasse. Munida de informações, lá se fora,
atrás da casa de Raphael Alamo... até mesmo ficara encantada com a
musicalidade do nome... pelo menos até conhecer-lhe o dono.
Conduzida por um empregado até o escritório do dono da casa, pouco
depois travava conhecimento com o mesmo. Com palavras pouco gentis,
Raphael Alamo lhe contara que Logan havia roubado dinheiro da conta
do hotel que gerenciava e que desaparecera de Torremolinos
causando-lhe um grande prejuízo. Sua sugestão era que ela, como
noiva de Logan, cobrisse a dívida... aí começara a discussão. Ela
se recusara a assumir a culpa pelos atos de Logan, já amaldiçoando
o momento em que decidira surpreendê-lo. Ele insistia que ela era o
único elo que ainda possuía com Logan e a única chance de reaver o
dinheiro e ter uma desforra.
Suas
vozes alteradas não pareciam chegar a lugar algum, enquanto eles se
digladiavam. A desigualdade física do combate era até engraçada.
De um lado aquela moça de olhos cinzentos e negras sobrancelhas
arqueadas, com os cabelos curtos formando cachos que caíam sobre a
testa e as orelhas, com no máximo 1m e 60 cm de altura, magra e
repreensiva, parecendo mais jovem do que na realidade era. De outro
lado aquele homem de 1m e 80 cm, de olhos negros, sobrancelhas
franzidas de irritação, cabelos muito escuros e curtos, a pele
bronzeada, com no mínimo 35 anos, muito elegante na sua
displicência. Ela, sentindo um calor infernal, fome, sede e raiva,
não conseguia mais dialogar. Decidida, controlou a vontade de pular
para cima dele, atingindo-o com socos e pontapés e rumou para a
porta de saída, recusando-se a permanecer naquela casa, discutindo
com aquele homem.
-Onde
você está indo?
Ela não
se deu ao trabalho de olhar para ele ao responder, seguindo em
direção a saída.
-Estou
indo para o meu hotel. No momento tudo o que quero é tomar um banho
de duas horas, até minha cabeça parar de ferver.
Deu um
pulo sobressaltada, quando ele surgiu ao seu lado, impedindo-a de
continuar, com a mão em seu braço.
-Eu
sugiro que a senhorita fique hospedada em minha casa até
localizarmos o seu noivo.
-Você
está brincando!
O olhar
dele não confirmava esta exclamação.
-Eu não
vou ficar aqui. Já tenho um quarto no seu valioso hotel e é para lá
que vou...
-Mandarei
buscar suas coisas.
-Eu não
quero ficar aqui, senhor Alamo.
-Mas vai
ficar!
Com o
rosto queimando, ela puxou o braço, mas ele não a soltou. Na
realidade, apertou ainda mais a mão.
-O que
significa isso? Esta pretendendo manter-me prisioneira em sua casa?
Que espécie de pequeno ditador é você?
-Apenas
me preocupo com meus negócios, senhorita. Depositei confiança em
Logan York e ele traiu esta confiança. Tenho a esperança de que ele
volte para buscá-la quando descobrir que está aqui.
-Sem
dúvida ele virá até a cova do leão para ser sacrificado.
-Se ele
lhe tiver amor...
-Se ele
não me tivesse amor, não estaríamos noivos. Quer largar meu braço?
-Mesmo
querendo eu não soltaria. Quem me garante que você não vai sair
correndo?
-Ninguém!
Na realidade, eu correria até não mais poder para ficar longe de
você. Que tal se eu começar a gritar?
-Pode
experimentar! Estamos só nós, a cozinheira e o empregado que abriu
a porta para você.
-E como
criados fiéis, eles nada fariam para me ajudar.
O sorriso
dele fez com que ela engasgasse de raiva.
Tentou
continuar andando, mas ele arrastou-a na direção oposta. Com um
grito de protesto, foi forçada a passar por outra porta, que levava
a um corredor aberto à direita, dando para um jardim que teria
apreciado, em outras circunstâncias.
-Isso é
contra a lei! Quem você pensa que é? Me largue agora mesmo!
Começou
a debater-se, cravando os pés no chão, tentando soltar os dedos
dele. De nada adiantou. Facilmente ele arrastou-a pelo corredor e
depois por uma escada... pelo menos nos três primeiros degraus,
antes de erguê-la de tal forma que ela ficou zonza. A plenos pulmões
começou a gritar por socorro. Estava começando a ficar rouca quando
ele entrou em um quarto e atirou-a sobre a cama. Boquiaberta, ela
sentou-se a tempo de vê-lo saindo e fechando a porta. Com mais
gritos de protesto, correu até a porta somente para descobrir que
estava trancada. A ousadia daquele homem era tanta que a deixava
pasma.
Marchou
até a sacada. Era pequena o suficiente para conter apenas duas
pessoas, e alta demais para que tivesse a coragem suficiente para
tentar descer. Exclamando um xingamento atrás do outro, ela revirou
o quarto e o banheiro contíguo procurando por uma saída e em seu
rosto surgiu um sorriso satisfeito ao avistar o telefone no criado
mudo. Sentada na cama ela puxou o fone para ver se dava linha. Seu
sorriso ampliou-se ao ver que sim. Só precisava de sua agenda de
telefones... que estava na bolsa... que ficara no escritório.
Rangendo os dentes ela decidiu tentar uma ligação internacional
para a prima, pois recordava o número. Talvez Maquel pudesse fazer
algo para ajudá-la. A ligação se completara e a prima estava
atendendo quando a linha começou a dar sinal de ocupado.
-Mas que
homem maldito!
Trêmula
de raiva, ela foi até o banheiro e revirou as gavetas em busca de
algo útil. Conseguiu uma tesourinha, que usou para tentar
desparafusar a fechadura. Procurando manter a calma, ela ajoelhou-se
e começou seu longo trabalho. Em pensar que estivera tão feliz por
estar indo para Torremolinos ao encontro de Logan. Sempre desconfiara
que o noivado deles fosse um engano, mas os dois se davam tão bem e
ela queria tanto ter uma família... talvez fosse melhor permanecer
solteira e adotar uma criança. Isso parecia mais realista do que ser
aprisionada por um maluco em um país desconhecido. Finalmente,
dando-se conta de que estava à mercê daquele desconhecido maluco,
ela começou a chorar.
É um livro curto que tem como principal tarefa fazer uso de alguns clichês dos romances florzinha apresentando-os de forma diferente.
Espero que vocês gostem.
Por favor, quem pegar o livro e ler, deixe um comentário depois da leitura.
Isso seria muito atencioso da sua parte e me deixaria feliz :-)
6 comentários:
Ola amiga, estou lendo mister Ghost, gostei muito do A dama de companhia..
Otimo fds...muito carinho pra vc;;;
Irresistível Mr Ghost bem podia virar um filme :-)
Bj, Nice.
Lindo blog! Como sou romancista e fã de romances não poderia deixar de conhecer!!! Saudações literárias!
Bem vinda e volte sempre :-D
Seu blog sempre traz novidades bacanas!
Adoro tudo o que você escreve, Aris!
Bjos e feliz Dia das Mães!
:)
Obrigada Jossi e igualmente ;-)
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