Sete Lágrimas para Apolo

Seven Tears for Apolo.


Phyllis A. Whitney.


COMENTÁRIO:

Em Sete Lágrimas para Apolo, a protagonista, Dorcas Brandt, na esperança de fugir dos estranhos incidentes que a atormentam desde a morte de seu misterioso e violento marido Gino (ela crê estar sendo perseguida pelos homens com quem o marido mantinha negócios ilícitos envolvendo objetos de arte) viaja para a ilha de Rhodes com sua pequena filha, a "madrasta" de Gino e um conhecido desta. Para pavor de Dorcas a perseguição continua em Rhodes e de repente ela se vê envolvida em algo muito mais complicado do que esperava.
Bem, este é um dos romances menos conhecidos de Whitney e um dos raros em que a história se passa fora das Américas. Foi difícil para mim não compará-lo com os muitos livros de Mary Stewart que também se passam na Grécia e que são fantásticos, tanto no desenvolvimento da trama quanto na ambientação. Whitney não consegue se sair bem em nenhum destes quesitos.
O enredo de Sete Lágrimas é fraco e a personagem principal é tão depressiva e insegura que se torna irritante. Eu entendo que ela é uma mulher frágil tentando se recuperar de um casamento abusivo, mas não consegui sentir muita empatia por ela, além disso, até o fim do livro não compreendi porque uma mulher como ela se casou com alguém como Gino.
Meu maior problema com a história, no entanto, diz respeito a relação de Dorcas com Fernanda Ferrar, a pessoa que ocupara o lugar de mãe na vida de Gino. Fernanda me deixou muito irritada com a sua convicção de que Gino era um anjo perfeito, marido amoroso e que Dorcas era uma pessoa desequilibrada emocionalmente e psicologicamente.
Fernanda supervisionava a vida da filha de Dorcas com Gino como se fosse sua avó, passando por cima das decisões de Dorcas, que na maioria das vezes agradecia por este cuidado e não revelava a Fernanda o terror que fora seu casamento. O que acaba por acontecer é uma constante batalha de vontades geralmente ganhas por Fernanda. Dorcas sempre acaba por voltar atrás acatando as decisões alheias, alegando para si mesma que a pessoa em questão tinha bons motivos para dizer ou fazer o que fazia, que ela é quem estava errada, que ela deveria repensar tudo... minha nossa, isso me deixou muito irritada. Páginas e páginas com esta mulher realmente incapaz de fazer algo por si mesma sem mudar de ideia porque os outros assim desejavam, especialmente Fernanda. Dorcas não é uma mulher, é uma ratazana!
Difícil de entender também é porque Dorcas acreditou que Rhodes seria um lugar seguro, uma vez que era a terra de origem de seu falecido marido e onde ela suspeitava que ele mantinha negócios. Nem se quer ela tenta descobrir em que o marido estava envolvido, na esperança de resolver seus problemas, obcecada apenas com a ideia de encontrar a esposa do melhor amigo de seu pai, que tentara ajudá-la a fugir de Gino mas que fora atropelado e morrera (que dúvida que Gino fora quem atropelara o pobre homem). Depois da morte do marido a mulher se fora para Rhodes.
Sobre o mocinho, ele aparece pouco e não é realmente importante para o desenvolvimento da trama. Repetidas vezes desconfia das palavras de Dorcas e não acredita que ela esteja sendo perseguida ou que corra perigo. Não é possível simpatizar muito com alguém que não apoia a mulher por quem diz estar apaixonado. Bem, talvez se ele tivesse tido mais cenas no livro teria sido mais fácil simpatizar com ele ou até mesmo sentir algo por ele que não indiferença.
Sete Lágrimas para Apolo tem uma trama lenta, detendo-se em descrever o estado psicológico da protagonista e sem envolver na parte descritiva (você não sente que está no lugar, infelizmente) e o romance é mais do que morno; o casal de protagonistas carece de charme e interesse.
Sou uma fã de Whitney, embora confesse que alguns de seus livros me frustraram; este Sete Lágrimas para Apolo é um deles, mas mesmo assim recomendo. É uma literatura mais do que interessante se comparada com o que temos visto a venda por aí.

A capa fecha com a história e até que é interessante. Talvez fosse mais atraente se não tivesse ficado tão vermelha. O problema é que não consigo lembrar a cor dos cabelos da mocinha com certeza. Se não me engano ela era loira mesmo.

Eu amo esta capa. Acho a moça apoiada na coluna tão interessante, embora a coluna esteja inserida na capa como se fosse uma colagem. Este artista fez capas muito bonitas e eu felizmente tenho algumas delas :-)

Nada a ver. Está mais para capa de livro da Daoma Winston. Muito femme fatale esta mulher.

Bela capa, embora não muito criativa. Prefiro sempre a dama em perigo na frente do livro :-)

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